"Se até Tatu ia" pode ser resumida como uma Kombi divulgando uma boa música, principalmente o Blues, disponibilizando acesso à livros de artes plásticas e a garantia de uma boa prosa, obviamente regada do santo líquido amarelado, que muito nos apetece. Em intenção, "Se até Tatu ia" é um projeto mais amplo. Hoje se discute em São Paulo as formas possíveis de ocupação do solo; de direito dos indivíd
uos à sua cidade. Transportando o problema para a região de maior crescimento imobiliário e econômico da Zona Leste, o bairro do Tatuapé, podemos perceber rapidamente a destruição da arquitetura, memória e formas de sociabilidade antigas existentes aqui. Em prática, os novos habitantes da região se isolam dentro de seus micro-universos murados (condomínio, escola, trabalho, academia, shopping) onde trafegam "blindados" pelo ar-condicionado. Portanto, o projeto "Se até Tatu ia" pretende encontrar, através da troca de informação e experiências individuais, novas formas de socialização sob lugares, espaços, "buracos", vielas ou praças que tiveram a força, ou a sorte, de ainda não serem demolidas pelos novos empreendimentos imobiliários, como por exemplo a praça José Hernandes Garrido ou a tranquila Hélio de Oliveira, ou ainda lugares que se formaram por estarem de costas para os arranha-céus, como a praça Coronel Xavier Chaves e tantos outros "lugares" que vamos conhecer juntos.