
22/04/2022
Diário de bordo, data estelar 19.04.2022 – Santa Fé a Paso de Los Libres – 453km
Para RC Simões e Nassim, hoje a pernoite seria em Paso de Los Libres. Seguiriam no dia seguinte ao encontro de suas queridas, em alguma cidade do Rio Grande do Sul. Japa e Papai seguiriam até o entardecer. A vontade seria Porto Alegre, mas rodar a noite por estrada desconhecida, não é recomendável. Chegando na região de Rio Quarto haviam policiais, haviam policias na região de Rio Quarto, nos pararam. Por quase dez minutos conversamos, era o que queria o simpático policial, conversar. Rodamos, abastecemos, rodamos, abastecemos e chegamos a Paso de Los Libres, fronteira com Uruguaiana, Brasil. Entramos na cidade a procura de lojas para compra de vinhos, tudo fechado. Era entre 12h e 13h e o costume é abrirem às 16h. Paramos numa rua do centro e logo uma caminhonete chegou e um senhor perguntou se precisávamos de ajuda. Dissemos que queríamos comprar vinhos, mas estava tudo fechado. O bom homem disse, está vendo esta loja de vinho? É do meu filho, vou chama-lo. Em poucos minutos chega um jovem e abre à porta de vidro e voilà, o paraíso estava a nossa frente. RC, Nassim e Papai entram para gastar o que sobrou da viagem em pesos e complementaram com dólares, cambiado por 192,00 pela casa, um ótimo cambio. Feitas as compras, as motos que pareciam de viajantes, f**aram parecidas com de retirantes. Lá mesmo se despediram os de SP, dois f**ariam e dois seguiriam. Finalzinho de tarde, sol se pondo, o Japa e Papai chegam numa cidade de nome São Gabriel, entram num posto Ypiranga para abastecer e perguntam ao frentista se conhece um bom hotel próximo ao centro, para que pudessem ir a pé a um restaurante, para comerem algo que estão com muita saudade: arroz, feijão, bife e zoião. O frentista muito simpático pega um folheto de hotel e nos entrega dizendo: Podem ir nesse hotel, é MUITO bom e nem precisam sair, o restaurante é ÓTIMO! É do meu patrão! Chegamos à frente do hotel, antigo. Na calçada uma grande pedra com o ano de inauguração, 1975. Na porta principal um moço já nos aguardava sorridente, provavelmente havia recebido uma ligação do frentista. Entramos e nos surpreendemos com a conservação e a decoração com móveis antigos, elogiamos e o moço então disse: Venham, venham conhecer o hotel! E nos levou aos fundos, uma bela piscina com grande área verde e mesas, onde garçons serviam seus clientes ao ar livre. Fizemos o check-in e fomos estacionar as motos, quando o Japa viu o tamanho do estacionamento, e vazio, disse: que desperdício de espaço, dava pra fazer outro hotel aqui. Sabe de nada japonês! Dia seguinte pela manhã, não havia uma vaga sequer. Engenheiros, representantes comerciais, turistas argentinos de passagem. A agropecuária é muito forte na região. Subimos ao nosso quarto e aproveitamos da melhor ducha da viagem. Banho tomado, descemos e chamamos o garçom: Meu querido, estamos há semanas fora do Brasil, queremos arroz, feijão, bife acebolado e dois zoião, tem? Comemos até! Fora uma cumbuca com macarrão a moda da casa. Eliminado a saudade, com certo exagero, nos recolhemos, amanhã o destino será Floripa e depois home sweet home.
Os cinco de Maringá? Ainda desfrutando de Mendoza, hoje visitas a algumas vinícolas. Tadinho do Nassão, acho que vai começar a apreciar vinhos ou deixar de viajar com quem gosta.
Amanhã pela manhã, os cinco de Maringá partirão rumo a Santa Fé e depois seguirão sentido Foz do Iguaçu e chegam provavelmente na sexta em suas casas.
Os dois de SP? Segredo papai, segredo!
E assim terminamos mais um passeio Mão na Bomba! Depois desse lockdown maluco de mais de dois anos, conseguimos matar a saudade de romper fronteiras novamente.
Turma boa, turma insubstituível!