O produtor, advogado por vocação e viticultor por paixão, adquiriu a Quinta Nossa Senhora do Loreto em Sabrosa em 1987 movido pelo entusiasmo de reconstituir a quinta e a casa solarenga, deixando uma marca e um cunho pessoal numa região que adoptou como sua.
Desde o primeiro momento que o actual produtor e proprietário tem associado, nos 9 hectares que constituem a quinta, a tradição vinhateira do Douro às novas técnicas vitivinícolas, privilegiando as castas autóctones e a protecção do ambiente.
Foi com este espírito que em 2008 e 2009 fez a reestruturação das vinhas com alteração de perfil e ensaiou a plantação de Pinot Noir com quatro clones diferentes, associando sempre a modernidade às mais adequadas práticas da produção sustentável amiga do ambiente.
Em 2007 foi criada a marca D’EÇA para os vinhos que viessem a ser produzidos na quinta com uvas da produção própria de castas e clones seleccionados.
Todos os anos são selecionadas as uvas para a produção do vinho D’EÇA que apresentem um equilíbrio e uma maturação fenólica que assegurem a qualidade de excelência que se pretende e que permitam ao produtor trabalhá-las para o vinho que corresponda à sua “visualização” como se de uma pintura se tratasse.
O vinho é produzido pelo processo de pré-maceração carbónica, com controlo de temperatura em toda a fase de vinificação, desenvolvendo-se o processo da fermentação malalática já nas barricas de carvalho francês ou carvalho americano novas e ou usadas até três anos.
Cada uma das castas é vinificada em separado resultando no final do processo do estágio em barrica o vinho que poderá levar à constituição de um lote blend,que varia percentualmente de cada uma das castas todos os anos ou a um vinho monocasta em função do gosto do produtor e do equilíbrio imposto pelo enólogo.
As vinhas estão perfeitamente identificadas por talhão de casta e em cada casta o clone. Predominam nas vinhas reestruturadas 2008/2009 as castas autóctones Touriga Nacional com quatro clones diferentes e Tinta Roriz também com quatro clones e ainda uma parcela com a casta Pinot Noir também com quatro clones distintos
A ideia de plantar Pinot Noir surgiu pelo gosto pela casta e por se ter afigurado ao produtor e ao seu amigo e enólogo Daniel Fraga Gomes que uma área da quinta, pela sua exposição, altitude (cota de 600m de altitude) e terroir, poderia reunir as condições para o Pinot Noir.
Expectativa que se veio a confirmar com a aprovação do próprio fornecedor dos bacelos Pinot Noir e que na prática se veio a revelar uma excelente opção.
Para esta decisão concorreu ainda o facto de normalmente no estrangeiro os vinhos serem identificados por castas e de sob o ponto de vista estratégico da produção e comercial a nossa dimensão não ser susceptível de concorrer ou fazer concorrência com as marcas dos vinhos do Douro que estão instaladas nos mercados interno e externo.
Procurou-se a diferença com uma casta para o qual o mercado internacional tem uma grande apetência e contrariar o preconceito que em Sabrosa, pela sua altitude, não pode produzir bons vinhos tintos.
Na verdade, tal preconceito apenas serve interesses que a razão desconhece, temos a experiência que conseguimos fazer vinhos tintos, frescos, com as características próprias das castas autóctones e vinho de uma casta da Borgonha que se adaptou muito bem à região, ainda que não atlântica, e à altitude, com elegância reconhecida.
É com esta envolvência de sentimentos e de técnica que o produtor e o enólogo Daniel Fraga Gomes alcançam com o primeiro vinho que produzem o reconhecimento do Wine & Spirits Magazine de 91 pontos para o tinto Reserva 2007.
Desde então têm procurado estabelecer o mesmo perfil nos vinhos, imprimindo-lhes porém a liberdade da diferença que decorre do processo de desenvolvimento das uvas que constituem a matéria-prima e que todos os anos é diferente em função do clima e do próprio desenvolvimento das plantas.
A grande ambição do produtor é fazer um vinho de excelência que possa ser reconhecido pelos apreciadores e que mantenha o traço distintivo do terroircom reconhecimento do produtor e do enólogo.
Procuramos fazer vinhos frescos decorrentes da altitude (vinhas plantadas a cerca de 600m de altitude) num microclima com grandes amplitudes térmicas, dias muito quentes e noites frias, com influência da condensação do vale do Rio Pinhão e do Douro.
Com a ambição de fazer um vinho de autor e pelo próprio processo de selecção das uvas e da vinificação, os vinhos antes de serem engarrafados, estagiam em barricas de carvalho durante pelo menos 9 meses.
Alguns vinhos podem ter o estagio mais alargado caso em que se opta assim por arredondar os taninos com um prolongamento de estágio controlado nas barricas de carvalho francês e de carvalho americano.
Outra opção tem sido produzir vinhos que assegurem grande longevidade (enriquecida) na garrafa como é o caso dos nossos tintos 2008 e 2010 (com as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinto Cão) 2012 (Touriga Nacional e Tinta Roriz) 2013 (Touriga Nacional e Tinta Roriz)
Os nossos vinhos Pinot Noir 2012, 2013, 2014, 2015, e 2016 são monocasta com estágio em madeira com exceção para Pinot Noir 2014.
Por opção, todos os nossos vinhos que se apresentam no mercado têm vários anos de garrafa sendo o mais recente o Tinto Colheita 2017 e o Rosado 2016.
Em 2017/2018/2019 num processo de reconversão das vinhas voltámos às origens com a plantação de castas autóctones de uvas brancas Viosinho, Gouveio e Rabigato que no concelho de Sabrosa têm particular tradição na produção de vinhos brancos de excelente qualidade, por virtude da altitude 600m acima do nível do mar, do microclima, resultante da confluência dos rios Douro e Pinhão, pelo terroir dizemos nós.
Este ano 2020 temos a ambição de lançar o nosso primeiro vinho branco monocasta Gouveio com um perfil fresco intenso e pleno de aromas e sabores.
Num breve resumo da nossa produção:
2007 550 garrafas de tinto Reserva;
2008 2850 garrafas de tinto Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinto Cão;
2010 4360 garrafas de tinto Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinto Cão;
2011 3700 garrafas de tinto Reserva e 3800 garrafas de Reserva tinto (vinhas novas);
2012 1200 garrafas de 0,75l e 240 garrafas de 1,5l monocasta Pinot Noir; 5300 garrafas tinto colheita Touriga Nacional e Tinta Roriz;
2013 3734 garrafas monocasta Pinot Noir; 2724 garrafas tinto colheita Touriga Nacional e Tinta Roriz;
2014 1680 garrafas monocasta Pinot Noir (sem madeira)
2015 1898 garrafas monocasta Pinot Noir
2016 1400 garrafas monocasta Pinot Noir; 600 garrafas Rosado
2017 1700 garfas colheita Touriga Nacional
A paixão pelo Douro e o projecto de vida que tem sido a reconstituição da quinta levam a que o advogado abrace o papel de agricultor – vitivinicultor – com o objectivo de deixar a sua marca num produto de excelência que é o vinho, por forma a assegurar a existência futura da própria Quinta Nossa Senhora do Loreto com os vinhos com assinatura D’EÇA com a paixão da segunda geração e das vindouras pela quinta e pelo vinho D’Eça
A filosofia da empresa é a produção sustentável de grande qualidade com respeito pelas origens e pela diferença. Procuramos que os nossos vinhos atinjam um nível de excelência em resultado das uvas e que se distingam com as características próprias das castas utilizadas em cada um dos vinhos e em cada ano de produção.
Excluímos o facilitismo de um vinho igual a muitos outros em que o consumidor já não distingue o produtor e muitas vezes até a região e é por isso que quando entendemos que as uvas não têm as características e a maturação fenólica que consideramos ideal nesse ano, colheita, não produzimos vinho.
O vinho para nós é um alimento e a sua produção um acto de cultura e por isso adoptámos a marca D’EÇA vinhos com assinatura